quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Bienal Internacional de Dança do Ceará no Cariri




Sobre a Bienal Internacional de Dança do Ceará no Cariri

Na semana passada tivemos mais uma edição da Bienal Internacional de Dança do Ceará nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Nova Olinda. Pensando um pouco sobre a passagem desse evento na localidade, resolvi escrever esse texto e dividir as minhas reflexões com todos vocês.
O Cariri necessita de uma observância distinta da direção desse evento, pois, é uma região que demanda especificidades. Afinal, todo projeto artístico acontece em função da relação artista-público e não o contrário. Honrar compromissos e cuidar das relações pessoais, das parcerias e instituições acolhedoras fazem parte do processo de toda educação pelas/sobre/em Artes.
No Cariri, as cidades de Juazeiro, Crato e Barbalha formam o triângulo Crajubar, quase uma cidade única. Fazer apresentações ao mesmo tempo, concorrentes, é algo inviável. Estamos no processo de formação de apreciadores e dividir o público, não colabora nesse intuito. Minha sugestão é que as apresentações voltem a ser em uma cidade após a outra.
Compreendo que esse procedimento de ações plurais acontece em Fortaleza, mas no Cariri ainda temos pouca circulação de dança e na oportunidade que temos, gostaríamos de ver tudo. Teve pessoas e espetáculos que não consegui ver por choque de horário.
Eu acredito ser importante ter um produtor da Bienal pelo menos uma semana antes, responsável pela divulgação, fazendo, inclusive, entrevistas nas rádios (aqui isso é ainda bastante funcional), creio que deva ter um cartaz local, especificando horários e espaços da região, claro e objetivo.
Seria interessante o lançamento do livro e da revista, também, aqui no Cariri.
A hospedagem deveria ter sido mais próxima, pois, facilitaria o transporte e o estreitamento de laços entre os artistas convidados e os artistas locais.
Seria interessante, portanto, ouvir as pessoas de cada cidade no processo de construção da programação do evento, para que de alguma forma as ações da Bienal estejam linkadas com os interesses locais.
Acredito que as palestras, debates e seminários ainda são importantes no processo de formação da dança caririense e sugiro que isso volte a acontecer nas próximas edições.
Sei o quanto produzir um evento artístico nesse país é algo extremamente árduo e muitas vezes doloroso. Imagino, então, um evento da magnitude da Bienal. Parabenizo a todos os gestores, produtores, curadores, técnicos e, principalmente, a todos os artistas que se apresentaram ao longo dessa trajetória.
Este texto tem a intenção de contribuir sempre para o desenvolvimento e continuidade das importantes ações que vêm se estabelecendo.
Agradeço mais uma vez, todos que estiveram aqui presentes no Cariri e até o ano que vem.
Firmes, fortes e gentis.
Um grande abraço

Alysson Amancio