quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Bienal de Dança do Ceará no Cariri






Bienal de Dança no Cariri

Dia 03 de Novembro de 2010 foi a Abertura Oficial da Bienal Internacional de Par em Par de Dança do Ceará na Região do Cariri, foram quatro dias de atividades em três cidades, Crato, Juazeiro do Norte e Nova Olinda, porém sabe-se que a repercussão dessas ações vão além dessas fronteiras, atingem não só as 37 cidades que compõem o sul do estado, mas também outras cidades próximas, onde seus professores e estudantes de dança percebem no Cariri a sua chance de reciclagem e aproximação com a linguagem da dança visto que a capital Fortaleza por estar a mais de 500 quilômetros de distancia, acaba tornando-se um destino extremamente caro e impossível para a realidade local de muitos.
O Projeto CirculaDança da Bienal neste ano de 2010 proporcionou momentos impares para a Região, foram espetáculos, oficinas, debates, cortejo. Pela primeira vez uma Companhia de dança Caririense, a Alysson Amancio Cia de Dança, teve a oportunidade de participar de uma residência coreográfica com um artista estrangeiro, o Yann Marussich, podendo assim de alguma forma criar novos diálogos, pensamentos, estreitar laços e provocar nestes bailarinos dessa Cia uma reflexão sobre as suas danças inseridas na contemporaneidade do mundo como um todo.
Nas três cidades, em Crato no Teatro Salviano Arraes, em Nova Olinda no Teatro da Casa Grande e em Juazeiro do Norte no Teatro do Centro Cultural Banco do Nordeste, tivemos casas lotadas todas as noites, inclusive compostas por um publico bastante heterogêneo com pessoas da dança e pessoas que visivelmente concluia-se serem de outras áreas completamente distintas, ressaltando que aqui no Cariri existe uma concreta e real demanda para a dança cênica, e que, especialmente os últimos anos indicam que cada vez mais uma haverá uma ascendência desse movimento.
A Companhia de Dança de Paracuru e o Balé Baião Jovem que estiveram na Bienal do Cariri com os espetáculos “Dois pontos”, “Mulheres” e “Estética”, tiveram excelente receptividade do publico local e talvez por serem também do interior do estado e já mostrarem um trabalho tão consistente, sinto que fortaleceu nos bailarinos caririenses a idéia que dança “Boa” é sobretudo fruto de pesquisa e incessante trabalho, mostrou que “ver” espetáculos de dança faz parte da aprendizagem artística tanto quanto o santo “plié” de cada dia.
Por fim, destaco o Debate, mediado pela Bailarina e Gestora Cláudia pires que aconteceu na tarde de sábado do dia 06 de Novembro de 2011, “Politicas de Circulação em Dança – Desafios e Perspectivas”, que ultrapassou três horas de conversas, e que só não se estendeu ainda mais por causa de uma outra ocupação para a sala de reunião, todavia foram muitos os depoimentos, alguns devaneios mas principalmente e mais importante foi possível ver muita vontade de construir uma nova dança no interior do Ceará, nos discursos de todos os presentes, inclusive dos gestores, como o Secretario de Cultura de Juazeiro Fábio carneiro e a Secretária de Cultura do Crato Danielle Esmeraldo, Lenin do BNB e Fábio Rodrigues, Diretor da Escola de Artes Violeta Arraes Gervaiseau.
Meus sinceros agradecimentos a David Linhares, Claúdia Pires. Andrea Bardawill, Prodança, Yann marussich, Flávio Sampaio e Cia, Gerson Moreno e Cia, Edgar, Cleuton, todos os técnicos, todos os gestores, Fábio Rodrigues, Fabio carneiro, Danielle Esmeraldo, artistas, amigos, parceiros, que contribuíram para a vinda e realização da Bienal de Dança no Cariri. Para nós é realmente muito importante.

Enfim, até o próximo ano... Eu Desejo!!!
Com carinho e entusiasmo

Alysson Amancio

domingo, 31 de outubro de 2010

"Burra, não é nada disso que você está pensando" Dia 04 de Novembro ás 19 horas no CCBNB Cariri

Alysson Amancio Companhia de Dança apresenta "BURRA, NÃO É NADA DISSO QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO" DIA 04 DE NOVEMBRO ÁS 19 HORAS NO CENTRO CULTURAL BANCO DO NORDESTE CARIRI. ENTRADA FRANCA.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Alysson Amancio Cia de Dança apresenta o Espetáculo "Burra" na Bienal Internacionacional de Dança do Ceará


Alysson Amancio Cia de Dança

apresenta:

o Espetáculo "Burra, não é nada disso que você está pensando"

Bienal Internacionacional de Dança do Ceará.


Dias 13 e 14 de Outubro ás 17 h no Centro Cultural Banco do Nordeste - Fortaleza.


Dia 15 de Outubro em Paracuru ás 20 horas


Dia 17 de Outubro em Sobral ás 19 horas.


Entrada Franca


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Associação Dança Cariri promove Curso de Dança Contemporânea Gratuitamente


Associação Dança Cariri
promove gratuitamente
Curso de Dança Contemporânea
para Iniciantes,
todos os sabados de Outubro das 14 ás 16 horas.




Associação Dança Cariri

Rua conceição 1391

Bairro São Miguel

Juazeiro do Norte.Ceará


Mais Informações

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Por Causa de Você". Vale a pena assistir!!!



No sábado passado, dia 18 de setembro de 2010, eu tive o privilegio de assistir a estréia do espetáculo “Por causa de você” da A2 Cia de Dança.
Após a apresentação, um dos interpretes criadores Jorge Queiroz, falou de forma muita sensível e generosa como é difícil estar nesse papel de criador, diretor e compositor do seu próprio trabalho. De fato, criar, coreografar, compor, interpretar, dançar, produzir, estar em cena não são tarefas nada fáceis, mas os dois artistas, Jorge Queiroz e Tiago Sousa, estão fazendo isso lindamente para todos os que tiveram e terão a oportunidade de assistir tal espetáculo.
O “banner” da entrada da Cia, com imagens do Jorge e Tiago, já deixa bem claro através do mosaico que embora sejam 02 bailarinos, eles dão conta de tudo e viram muitos.
O espetáculo “Por causa de você” é extremamente corajoso, denso, cheio de signos repudiados pelo sistema social, fala da dor de amar, do preço que se paga por ser, assumir, ou também o contrário disso, relações homo-afetivos, os desejos mais secretos do ser humano. Existem cenas extremamente interessantes e plásticas como o lustre de cigarros. A movimentação coreográfica dos bailarinos mostra uma pesquisa coreográfica e visualiza uma já o caminho de uma identidade própria da dupla de interpretes.
A sonoplastia que brinca com o imaginário boêmio, nostálgico, e saudosista brasileiro com músicas de Maysa, Dalva de Oliveira, Altemar Dutra, etc... Tem momentos impares, porem que poderiam ser enxugados, muita cena se repete quando o publico já leu e entendeu o que a composição pretende a anuncia. As musicas não necessitam ser executadas do inicio ao fim, talvez reduzir 10 minutos do espetáculo, tornasse ele mais dinâmico.
A destemida performace da atriz Françoi Fernandes produz imagens e personagens que horas dialoga, horas recrimina os personagens da cena. Assim também não seria a consciência humana¿
O elemento mais frágil do espetáculo é a iluminação, talvez pela lamentável proximidade das varas que o equipamento do SESC crato dispõe. Todavia o que chega ao público é uma luz é bastante quadrada, que horas ilumina um dos bailarinos e horas esconde o outro e fica nítido que na maioria das vezes esse sombreamento de apenas um dos interpretes não é a proposta da cena.
Para quem acompanha a historia da dança cênica cearense ou brasileira reconhece uma linguagem bastante semelhante ao universo do coreógrafo Ricardo Barreto, em seus espetáculos “Diversus” e “Objetos do desejo”, ou talvez também do Coreógrafo Piauiense Marcelo Evelin. Que bom, é importante que a dança sempre proponha temas da diversidade humana e melhor ainda que isso esteja acontecendo no Cariri.
Para quem não viu no primeiro fim de semana, a 1º temporada do Espetáculo ainda estar previsto os dias 25 e 26 no Teatro do SESC Crato ás 20 horas. Preços populares R$ 6,00 e R 3,00.
Vale a pena assistir. Confiram e divulguem!!!

sábado, 11 de setembro de 2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010

DANÇA CARIRI


Sem tempo para atualizar o blog...
Temporada do Burra,
Fim de semestre na Escola de Artes Violeta Arraes,
Concurso para Professor Efetivo,
Aula de Mestrado na Bahia,
Quase pensei em encerrar essa conta,
blog atrasado é muito chato...
mas enfim,
espero que vocês entendam,
em breve
todas as nuvens
leves ou carregadas
passam...
A novidade boa
é que em Setembro estreiam os espetáculos de dança
da Dakini cia de Dança, dirigido pela Dakini, e a A2 Cia de dança, dirigida pelo Jorge Queroz.
Muito bom para a região do Cariri,
mas uma conquista,
fico muito feliz!!!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"BURRA", novo espetáculo da Alysson Amancio Cia de Dança estréia no TEATRO DO SESC dia 13 de Agosto de 2010


"Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida."
José Saramago


O espetáculo de dança contemporânea “Burra (Não é nada disso que você está pensando)” fala do nosso posicionamento como indivíduos perante o coletivo, ou somos manipuladores ou somos manipulados. Não basta abrir os olhos, precisamos saber abrir a boca, os ouvidos, a mente e todos os poros. Se não caminhamos e decidimos os nossos próximos passos inevitavelmente seremos empurrados e atropelados.
A inteligência é descobrir a sua própria trajetória, os seus parceiros, as suas afinidades e construir gradativamente o seu discurso, sem nenhum receio de estar indo contra ou a favor da grande massa. Ser inteligente é buscar a harmonia, saber equilibrar as alegrias e as tristezas, a família, o trabalho, as obrigações e o lazer.
Sabedoria é enxergar o imenso valor das grandes e das pequenas coisas e fazer disso cotidianamente os nossos milagres.


Alysson Amancio




Ficha Técnica


Direção, concepção e Coreografia: Alysson Amancio
Dramaturgia: Jussyanne Emidio e Alysson Amancio
Interpretes- criadores: Alyne Souza, Adriano Modesto,
Barbara Feitosa, Edival Bezerra, João Batista,
Jussyanne Emidio, Luciana Araujo, Kelyenne Maia,
Rosilene Diniz e Socorro Santos.
Assessoria teatral: Duilio Cunha
Figurino: Ariane Morais
Iluminação: Fabio Oliveira
Fotos Divulgação: Diego Linard
Maquiagem para fotos: Malan Amaro
Maquiagem temporada: Fernando Crispim
Web designer: Alexandre Fox
Coord. de Produção: Inspiração, gestão da cultura
Produção: Jota Junior e Luciany Maria
Assistente de Produção: Luiza Lubeck

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Alysson Amancio Companhia de dança participa do IV festival de Dança Litoral Oeste




A Alysson Amancio Companhia de Dança apresenta o Espetáculo "BR 116" no IV Festival de Dança Litoral Oeste que acontece nos dias 22 a 24 de Julho de 2010 nas cidades Itapipoca, Trairi e Paracuru no Ceará. Todas as ações, oficinas e espetáculos gratuitos num processo de fomento e desenvolvimento da dança no interior cearense.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Pensando o Corpo nos ultimos dias de um Processo de Montagem




Olá Pessoas,
Estou trabalhando com Companhia de dança desde dezembro de 2009 o processo de pesquisa e montagem do novo espetáculo "Burra (Não é nada disso que você está pensando)" que irá estreiar dia 13 de Agosto de 2010 no Teatro Patativa do Assaré no SESC Juazeiro do Norte. Esta semana escrevi uma carta para todos os bailarinos que compoe o elenco e resolvi compartilhar com vocês nesse blog.
abraços.



Caros colegas, amigos e queridos artistas,



Estamos a 01 mês de estréia do nosso novo espetáculo da Companhia, “Burra (Não é nada disso que você está pensando)” , é um prazo extremamente curto, se pararmos pra pensar que não estar tudo pronto, embora já esteja tudo encaminhado.

Na verdade, eu acredito que em si tratando de arte, sobretudo as artes cênicas nunca estará realmente pronto, será sempre um processo.

E é exatamente isso que eu gostaria de salientar nessa carta, estamos no meio de um processo muito importante, que é o acabamento, a etapa final antes da primeira mostra desse resultado.

Precisamos refletir cotidianamente e perceber que estamos em um outro estágio de trabalho. Agora é o tempo da generosidade.

Generosidade com a obra, com os colegas, com o momento e principalmente com você mesmo. Existe o coletivo, e existe o individual. Ambos caminham juntos e nutrem um ao outro.

É uma equipe grande são 10 bailarinos, 01 coreógrafo, 03 produtores, 01 fotografo, 02 maquiadores, 01 iluminador, 01 operador de luz, 01 figurinista, 01 diretor da cena teatral, 01 web designer, equipe de confecção de material gráfico, equipe técnica do teatro, entre outros.

Trabalhar com muita gente, é muito difícil, pois cada ser humano é um universo distinto e carrega consigo suas próprias energias.

Precisamos nos conscientizar que cada palavra, cada olhar, cada passo mesmo partindo do individual deve ser pensado no coletivo. A arte e especialmente a dança e o teatro, nossas linguagens de trabalho, são muito maiores que o nosso ego, o nosso mau-humor e a nossa indisposição.

A vida é feita de escolhas e nada acontece por acaso se você decidiu estar aqui, aproveite cada segundo desse aprendizado e faço o seu melhor. Lembre-se que este momento é único e embora possa haver milhões de outras estréias na sua vida, nenhuma outra será igual a essa.

O momento é de cuidado e de amor. Cuide de você, da sua alimentação, da sua saúde, do seu corpo (corpo e mente), não desgaste sua energia com trabalhos paralelos que não necessitem tanto do seu foco no momento, cuide do outro.

Evitem bronzeados, comer bobagens, diminuam os cigarros e as bebidas alcoólicas. Evitem outras atividades físicas ou qualquer coisa que comprometa o seu rendimento no novo espetáculo.

A partir de hoje eu estarei ensaiando todos os dias, de segunda a domingo, com exceção da semana que estaremos em temporada no IV Festival Litoral Oeste. Na semana, será segunda, quarta e sexta das 19 h ás 21 h. terças e quintas das 19 h ás 21:30. sábados de 9:00 ás 12:00 e domingos de 10:00 ás 12:00. Os bailarinos que tiverem problemas com os dias não previstos por favor avisar com antecedência.

Cada pessoa que estar do meu lado, é uma escolha minha e me interessa profundamente artisticamente. Acredito realmente no potencial de cada um, e não me interessa trabalhar com artistas medíocres e estagnados. Embora cada um de vocês estejam em um estagio profissional, todos são muito bonitos e talentosos, se não, não estariam trabalhando comigo. Espero que essas palavras sejam escutadas, e que nós possamos abrir os olhos para as nossas deficiências.

E desejo sinceramente não me decepcionar e que eu possa ter o privilegio de ter outras estréias com vocês do meu lado e que também você tenham o privilegio individual de permanecer nesse coletivo.



Juazeiro do norte, 13 de julho de 2010



Alysson Amâncio





"Quando você dança, seu propósito não é chegar a determinado lugar. É aproveitar cada passo do caminho."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Politicas publicas é direito nosso, falta só cumprirem os deveres.



No sábado dia 19 de Junho de 2010 a Cia que eu dirijo Alysson Amancio Cia de dança foi convidada a se apresentar na Cidade de Araripe. CE. E a participação nesse evento me fez refleti sobre ações importantes e algumas inércias dos Governos Municipais.
O Cariri é uma região sul do Ceará composta por mais de 30 cidades, todas próximas, e lamentavelmente, eu e acredito que a maioria dos Caririenses não circula e muitas vezes nem conhece todas as cidades que compõe esse corpo e muito menos os artistas que produzem a arte local. Limitamos-nos ao eixo central das cidades Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha e acabamos perdendo a possibilidade de estar perto de pessoas e artistas tão especiais que estão do nosso lado e nós nos vemos tão distantes.
O Convite para dançar o “BR 116” em Araripe foi feito pela Gestora Cultural Hélida Correia. Com direito a toda uma estrutura que é básica mais que poucos proponentes oferecem que é cachê, transporte, alimentação e hospedagem. A cidade de Araripe nos recebeu com um carinho, gentileza e cuidado que nos deixaram todos muito felizes. O Teatro municipal Governador Miguel Arraes foi recentemente inaugurado, tem apenas 08 meses, possui uma estrutura boa e oferece para a população espetáculos cênicos gratuitos todos os fins de semana.
O que me deixou mais surpreso e feliz é que essa iniciativa de construção do teatro e a política cultural atuante foram e são toda viabilizada pela prefeitura municipal de Araripe através do Exmo Senhor Prefeito Doutor Germano junto com sua equipe da secretaria de educação e cultura, eles acreditaram nesse projeto de formação de platéia e fortalecem semanalmente a arte, a cultura, a educação, criando mercado de trabalho para os artistas e técnicos, estimulando a circulação dos espetáculos e formando futuros apreciadores da arte
Antes da apresentação eu ministrei uma oficina de dança contemporânea para a comunidade de Araripe. O “BR 116” foi o primeiro espetáculo de dança convidado do Projeto e a maioria do publico presente nunca tinham visto um espetáculo de dança. Foi Lindo ver tantos olhos brilhando e ter tantos abraços e comentários calorosos no camarim pós espetáculo.
Dessa forma acho que é importante citar os nomes dos Governantes e Gestores culturais como fiz do Sr. Germano e da Sra. Hélida Correia pois nos interiores do Nordeste são raros os prefeitos e Secretários que realmente articulam projetos culturais para a cidade, que sensivelmente percebem que a Arte não é luxo, e sim uma necessidade básica. Todo ser humano precisa ter acesso à música, teatro, dança e artes plásticas, da mesma que forma que precisa ter segurança, alimentação, saneamento básico, etc.
Em Juazeiro do Norte, por exemplo, minha cidade natal e onde eu resido atualmente, é a segunda maior cidade do estado após a capital do estado Fortaleza e o Senhor Prefeito Manoel Santana e Secretária da Cultura Municipal a Sra. Glória Tavares não tem nenhum projeto atuante e notável para as artes e mais especificamente para o Teatro e Dança local.
Sei também que a culpa é minha, da minha companhia de dança e de todos artistas da cidade de Juazeiro do Norte que não tomam um posicionamento de cobrar essas políticas publicas. Pois o Plano Nacional de Cultura destina verbas especificas pra todas as linguagens artísticas. Pena que em Juazeiro do Norte, cultura é sinônimo de “Juá Forró”.
Enfim... Sigamos. Viva Araripe e Viva o Cariri.
Um dia gente muda,
a gente circula,
a gente se conhece,
a gente constrói
e a gente cresce.

Alysson Amancio

sábado, 29 de maio de 2010

Somos todos Assimétricos




Convidado por uma amiga, Dani Queiróz, que trabalha na Instituição, fui quinta-feira passada dia 27/05/2010 ser jurado da Mostra de Artes competitiva das APAES regionais que aconteceu no Teatro Patativa do Assaré no SESC de Juazeiro do Norte. Na verdade todo o meu conhecimento dessa tão famosa instituição se resumia praticamente ao significado da sua sigla Associação de Pais e Amigos de excepcionais.
Ao longo da minha vida toda acabei criando certa aversão a competições, sobretudo quando se diz respeito às artes. Pois quem pode afirmar com convicção de que aquela dança, aquela apresentação foi melhor que a outra, a parti de que critérios, e qual é a reação de um artista ao ser apontado como executor de uma apresentação que fica em ultimo lugar, por exemplo... Enfim, para mim competição combina com esporte. É outra “vibe”!
Pois bem, resolvi aceitar o convite da Instituição, e fui ser jurado para o meu deleite, privilegio e felicidade. Foi uma feliz e fabulosa surpresa ter participado desse evento. Em momento algum senti a sensação deplorável que existe nos festivais que são competitivos no mundo da dança. Muito pelo contrario, o teatro completamente lotado e todo mundo, todas as cidades concorrentes que ali se encontravam pareciam torcer por todo mundo.
O vencedor da competição das APAES Regional irá disputar com as APAES estaduais e de lá as vencedoras irão para Santa Catarina, é óbvio que todas queriam ganhar, mas o melhor de tudo era que ficava bem nítido que isso não era o mais importante do evento. Cada pai, cada professor, cada coordenador, cada espectador daquele teatro estava sinceramente alegre pelo fato deles estarem ali, subir naquele palco, tocar, cantar, recitar e dançar aquilo já era uma grande e linda vitória.
Todavia o fato desses artistas da APAE terem uma deficiência intelectual, na minha opinião, não desmereceu em nenhum momento o trabalho artístico, muito pelo contrario eles mostraram virtuosidades técnicas que muitas pessoas e artistas ditos “normais” não conseguem fazer.
Em muitos momentos das apresentações fiquei completamente arrepiado, em outros tive vontade de chorar e outros de ri. Sensações mágicas que as artes cênicas proporcionam e que há bastante tempo eu não me permitia ao assistir um espetáculo, por estar sempre com um olhar critico, analisador das qualidades e defeitos daquela concepção cênica.
Sair do teatro refletindo sobre essa sensação, será que já criamos pensando no que agrada, será que temos que agradar? Será que não podemos ser mais humanos na vida e também na Arte? Será que não deve nos permitir a imperfeição e perceber que a beleza estar realmente na assimetria, afinal todos nós, brancos, negros, ricos ou pobres, sem nenhuma exceção, somos todos assimétricos.
O Belo é a verdade. Não importa se essa verdade esteja ou não nos padrões da sociedade. E acima de tudo precisamos respeitar a beleza do outro. Respeitar as diferenças dos outros é o melhor caminho para a humanidade, seja no intelecto, na cor, na classe social , no sexo, ou nas artes.
Parabéns a todos da APAE que corajosamente contribuem dia-a-dia para a construção dessa “sociedade mais justa e igualitária”.

Alysson Amancio

segunda-feira, 10 de maio de 2010

EU SOU ARTISTA. SERÁ?


EU SOU ARTISTA. SERÁ?

Essa semana de 03 a 08 de Maio de 2010, a Região do Cariri foi realmente presenteada no que se refere a trabalhos de corpo. Só do meu pequeno e restrito conhecimento eram 05 oficinas todas gratuitas e com profissionais extremamente qualificados e renomados no Brasil e internacionalmente como é o Caso do Carlos Simione, Co fundador do Lume Grupo de Teatro da Universidade de Campinas. SP.
Quando falo do meu restrito conhecimento me refiro a real impossibilidade de estar a cerca de tudo o que acontece no Cariri, são muitas áreas, muitas linguagens, muitas instituições e equipamentos que estão ativos e preocupados nessa gestão cultural.
Estamos em um momento verdadeiramente privilegiado na nossa região. São varias iniciativas de capacitação, informação e formação para crianças, jovens e adultos. Entretanto lamentavelmente as pessoas no Cariri, e principalmente das três principais cidades Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha onde acontece a maioria dos eventos, ainda não valorizam e nem aproveitam o momento efervescente como deveriam. Essa inércia, ausência e muitas vezes descaso com as ações culturais me assustam profundamente. E diferem completamente das minhas experiências de vida.
Quando eu era adolescente em meados da década de noventa no século passado (rsrrs) aqui no Juazeiro do Norte nós aspirantes a artistas não tínhamos nada, todas as políticas públicas e iniciativas privadas eram acontecimentos raríssimos. Os artistas trabalhavam totalmente de forma intuitiva, não havia nenhum Centro Cultural, nenhum Teatro, nenhuma instituição, nenhum curso superior de artes, não havia tantos projetos e oficinas gratuitas. E quando havia algo era uma festa, uma briga, não sobravam vagas.
Na primeira década do século XXI quando eu já morava na Capital do Estado Fortaleza e posteriormente quatro anos na cidade do Rio de Janeiro, todas as pessoas que eu tinha contato, tinham fome de informação, eram completamente conscientes que esse processo de formação e capacitação é constante e fundamental na vida de qualquer profissional, no Sudeste especialmente todo curso, aula, oficinas, tudo é muito caro, em 2006, ultimo ano que morei no Rio, duas aulas de dança por semana no TEX Studio de Dança eram naquela época R$ 280,00 por mês. Não sei qual o preço atual. Informação vale ouro, o conhecimento é seu e ninguém toma, todo ser humano vale pelo que sabe. E as pessoas nos grandes centros têm isso muito claro nas suas cabeças.
É deprimente ver a Associação Dança Cariri promover 02 palestras no Evento da Semana D da Dança no Centro Cultural Banco do Nordeste com Profissionais imensamente gabaritados e termos um publico de menos de 10 % da capacidade do Teatro. É triste o Projeto de Extensão em Teatro da Escola de Artes Violeta Arraes Gervaiseau promover um Curso de Corpo e voz para professores de artes e afins e ter 04 pessoas no 1º dia de aula.
É estarrecedor ver os espetáculos locais e de fora com a platéia repleta de assentos vagos. Debates, seminários, exposições e galerias de arte com publico ínfimo.
Sei bem que a formação cultural na sociedade é um processo lento, que educação e cultura nunca foram prioridade para os políticos brasileiros, e que comparando com outros interiores do nosso pais o Cariri está muito bem obrigado.
Mas não acho que devemos nos nivelar com os que estão abaixo de nós, e sim com os que estão acima.
Vejo muitas pessoas, jovens, meninos e meninas caririenses circulando se intitulando como atores, atrizes, bailarinos, coreógrafos, artistas plásticos, dramaturgos. Pois bem dizer que é artista, é muito fácil. Ser artista meu caro é completamente diferente.
O artista é um ser pensante, preocupado com o mundo e com todas as questões do seu momento presente. Não podemos chamar de artista alguém alienado, limitado, colonizado e que não esteja completamente inteirado com o planeta.
O verdadeiro artista não é aquele que busca apenas o foco de luz no palco italiano, e sim aquele que conversa que olha no olho, que sabe da sua insignificância, mas mesmo assim não se acostuma com a imensidão de lixo jogado pelas ruas da cidade de Juazeiro do Norte. Ceará.

Foto: Carlos Simioni Foto: Tina Coelho

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Associação Dança Cariri promove Oficina gratuita de Dança Contemporânea



A Associação Dança cariri
através do Projeto "Capacitando e Dançando a Cena do Cariri"
promove Oficina gratuita de
"Tecnica de dança Contemporânea - Tecnica aliada a um pensamento pedagógico"
com a Professora e Coreografa Carioca
Esther Weitzman.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Novas Bodas no Cariri


O que faz um grupo de jovens artistas montar um novo Grupo de Teatro e juntos conceberem um espetáculo Teatral sem nenhum tipo de subvenção e com recursos próprios¿
O que faz um recém criado Grupo de Teatro escolher para sua estréia uma tragédia clássica de Garcia Lorca em vez de uma comédia cheia de cacos e clichês porem com extrema probabilidade de atrair publico, numa terra onde ir ao teatro ainda não faz parte do cotidiano cultural¿
Para essas duas questões acima, acredito ser as cinco palavras abaixo a resposta para ambas:
Amor, Arte, vontade, Pesquisa e Trabalho.
Sem querer limitar a arte, ou fazer um juízo do valor do que é bom ou ruim, do que pode ou não pode na cena, visto que tudo pode, de acordo com a proposta.
Mas acima de tudo reconhecendo que quando vemos um grupo fugindo do modelo padrão comum e investindo em um processo de pesquisa arriscado porem enriquecedor, não podemos deixar de mencionar o quanto é louvável esse desafio e que o fato desse grupo peitar e fazer acontecer já merece todo o mérito.
O Diretor Marcio Rodrigues constrói uma costura de brincadeiras na cena. Antes mesmo da entrada do publico na caixa cênica, de fora já escuta-se gritos e risos. Durante todo o espetáculo, são enaltecidos diversos espaços, fora e dentro da arena, as personagens se utilizam de diversas trocas de roupas, jogos, danças, cores, vozes e musicas que cutucam, assustam, alegram e principalmente inquietam o publico presente.
É bastante perceptível que houve uma direção preocupada com um corpo vivo presente, extra-cotidiano e que através de uma marcação com uma movimentação circular, porém precisa, desenhasse linhas no espaços, aliais o espetáculo é todo desenhado, procurando inúmeras possibilidades de plasticidade.
A jovialidade dos atores no entanto em alguns momentos enfraquece o que na cena e no texto pede muito mais força. Em algumas atrizes ainda sente-se a preocupação do acerto, o nervosismo em alguns momentos é aparente, e a voz nem sempre é límpida. Entretanto sabe-se que a estrada são o verdadeiro amadurecimento de qualquer espetáculo cênico e com certeza a tendência dessa montagem de Bodas é ficar cada vez mais afinada.
Destaca-se todavia a atriz Cratense Jussyanne Emidio que com demasiada delicadeza mostra varias tonalidades das personagens pedidas na criação inclusive quando canta.
Bodas de algodão, bodas de prata, bodas de ouro e todas as bodas posteriores para o Grupo Centauro de Teatro, seu primeiro trabalho indica uma história promissora e que só abrilhanta as artes cênicas caririenses.

E para quem não viu:
Agende-se
Teatro Patativa do Assaré – SESC Juazeiro do Norte.Ce
Sábado Dia 17/04 ás 20 h
E Domingo Dia 18/04 ás 17 h
Informações : Marcio Rodrigues 8801 3835
Jéssica Sampaio 9980 8080

terça-feira, 23 de março de 2010

Manifesto Contra o Retrocesso


Juazeiro do Norte/CE, 23 de março de 2010.

Ao Ministro da Cultura,
ao Secretario de Cultura do Estado,
ao Prefeito de Juazeiro do Norte,
a Câmara Municipal,
aos artistas e a população de Juazeiro do Norte.

Qual seria a função da cultura? Qual seria a função do artista?
As respostas para estas perguntas são inúmeras, eu ou você poderíamos escrever laudas e laudas e cada um que lê este documento iria escrever outras dezenas completamente diferentes. Agora a pergunta é:
Qual o função do governo federal, estadual e municipal na Sociedade?
Qual é a função das secretárias de cultura estaduais e municipais?

Nós sinceramente acreditamos que uma das funções seja compartilhar as necessidades dos artistas para juntos com o poder público, pensar, criar, desenvolver ações e projetos culturais que favoreçam a maior parte da população da cidade.

Pois bem, eis que Juazeiro do Norte, a segunda cidade mais importante do Ceará, eixo principal da região conhecida como Cariri, com uma população estimada em 242.139 habitantes, teve recentemente um estranho e lamentável retrocesso, o Governo Municipal, sem nenhum tipo de convocação ou satisfação com os artistas e população, simplesmente quer extinguir a Secretária de Cultura Municipal e transformá-la em um mero departamento da Secretária de Turismo e Romarias. Essa não é a primeira vez que a cidade assiste a ações de políticos, em atrelar a Cultura a Secretarias de Educação, ou Esporte, ou Turismo Religioso. Em gestões passadas, a responsabilidade ficou atrelada na pasta da educação. Funcionou? Não, não funcionou. Frustou!

O que fica mais absurdo neste Ato e se torna contestável é acontecer num governo que se denomina Governo da Revolução Democrática. Um governo que deveria ser constituído por pessoas de mentes abertas, com conhecimento, sensibilidade e uma postura contrária a todos anteriores. Recorrer ao mesmo erro de gestões passadas e criticadas em épocas de militância é afrontar todos os artistas. A cultura é parte da sociedade e seu desenvolvimento, depende também de cuidado pelo poder público.

Como uma cidade considerada “celeiro cultural” encara uma Ação como essa? Com Re-Ação, temos que reagir, temos que criticar e se unir. Esta é uma medida que nos renega articulações estaduais e federais, porque o Ministério da Cultura esta cada vez mais atuante, ações, editais, projetos, incentivos, fóruns, plenárias e encontros. E quem garante que essas articulações chegarão a nós sem uma Secretaria específica.

Tempos atrás, a Secretaria de Cultura do Estado percorreu as cidades do Ceará, divulgando e convidando os municípios a aderirem ao Sistema Nacional de Cultura (SNC) e o Plano Estadual de Cultura. Ressaltando a importância de um órgão específico para a gestão cultural, com dotação orçamentária própria. Na ocasião dos 184 municípios cearenses, 171 assinaram o protocolo de intenções do SNC, comprometendo-se, entre outras competências, a participar da definição de planos e ações públicas para a cultura em todo o país. Juntando-se a “luta” para se chegar a 1% o orçamento cultural nos municípios. Juazeiro esteve presente e construiu também seu Plano de Cultura, mas a atual gestão tomou este documento durante a transição das Secretarias e quando do Planejamento para ações da gestão dessa pasta?

Desse movimento nossa cidade caminhou em passos lentos e limitou-se a realizar as conferências municipais, mesmo sem força nas articulações com artistas e com a secretaria de cultura, realizou projetos que distribui uma verba aqui outra acolá para grupos ou eventos, como se cachês esporádicos resolvessem questões eminentes para a produção e fomento da cultura.

Neste momento queremos nos fazer ouvidos. Pois as seguintes questões têm de ser respondidas e refletidas:

- Como uma cidade do porte de Juazeiro do Norte limita uma secretaria de suma importância para uma coordenação?

- Como uma cidade com a produção cultural tradicional e contemporânea tão latente e pulsante perde assim extra-oficialmente, um veículo de comunicação e interlocução entre artistas com o poder público?

Esta carta/manifesto tem caráter político, mas apartidário e deseja comunicar a população do Cariri que atual crise do Governo chega a Cultura e da fragilidade que nos encontraremos sem uma Secretaria em nossa Cidade. Queremos também que nossos direitos como cidadãos nos possam ser dignos pela gestão do Prefeito Sr. Santana e que o mesmo revogue esta decisão pela classe artística e pela população de Juazeiro do Norte.

Aproveitamos também que este novo momento que se inaugura, a exigir desta administração que as discussões de políticas públicas de nossa Secretaria passem de forma democrática com a participação do Fórum de Defesa da Cultura de Juazeiro que a partir deste momento instala-se criado pelos que aqui assinam:

Aline Sousa – Bailarina e estudante de Educação física
Alysson Amancio – coreógrafo, bailarino, professor universitário e presidente da Associação Dança Cariri
Dakini – Coreógrafa da Dakini Cia de dança e estudante de Teatro
Edival Dias - Arte-Educador e membro do Coletivo Camarada
Fanka – Educadora
Gil – Presidente da Quadrilha do GIL e Ponto de Cultura
Jaiane Diniz - Bailarina e estudante de Educação física
João Alves – Representante do Movimento LGBT do Grupo GALOSC
João Batista Cavalcante – bailarino
Jota Junior Santos – Produtor Cultural e Gestor da Associação Dança Cariri
Luciana Andreza Araujo - Bailarina
Luciana Malti – Decoradora e cidadã de Juazeiro
Luciany Maria – Fisioterapeuta, Psicanalista em formação e tesoureira da Associação Dança Cariri
Luis Carlos – membro do Grupo GALOSC
Luiza Lubeck – Produtora Cultural
Manuela Arruda de Mattos – Universitária, estagiária da biblioteca pública pela Secult
Mari Eli Alves Bezerra – Realizadora em Audiovisual, proponente do Curso de Formação de produtores culturais premiado pelo Mais Cultura
Maria Dias Menezes – Realizador em Audiovisual e Educadora
Orlando Pereira, Realizador em audiovisual e Artista Visual
Renan Motta – Ator
Socorro Silva – Bailarina
José Clerton de Oliveira Martins - Comissão Cearense de Folclore e ProDança

terça-feira, 16 de março de 2010

BR 116 em Temporada no IV Festival BNB de Artes Cênicas.


Amigos,
Alysson Amancio Companhia de Dança
Apresentando o Espetáculo "BR 116" , dia 17 Juazeiro do Norte/Ce, dia 20 Sousa/PB, e dia 25 Fortaleza.CE . Espetáculo Premiado pelo V edital de Incentivo às artes do Governo do estado do Ceará e pelo Prêmio Nacional de Dança Klauss Vianna/2008.
Divulguem...........................................................................

segunda-feira, 1 de março de 2010

O Corpo e o Tempo


Essa semana completando 31 anos, e recebendo na Associação Dança Cariri a Professora e bailarina Carioca incrivelmente talentosa, Priscilla Teixeira, de 49 anos, comecei a refleti sobre o corpo artístico e o envelhecimento. Durante toda a minha vida cresci ouvindo o velho discurso de que bailarino, coreógrafo, acrobata, atletas e todas essas outras profissões onde o corpo é o instrumento ativo e direto de trabalho, tinham tempo profissional extremamente curto. Idéia verdadeira no aspecto que todo e qualquer trabalhador, seja ele um gari ou um médico anestesista, se ele não entender o mundo contemporâneo e as mudanças cotidianas que ele precisa adaptar-se com certeza sua vida profissional vai ter um limite de existência e facilmente será engolido pela crueldade do mercado.
É óbvio, que falando de corpo, estamos diante de um deterioramento natural ao longo dos anos, inevitavelmente vamos perdendo o tônus muscular, nosso sistema ósseo vai ficando cada vez mais fragilizado e infelizmente não podemos comprar um novo fêmur, um novo ísquio ou uma nova escapula nos supermercados. Porém é preciso ser disciplinado, antenado e cuidar desse corpo-instrumento com atividades físicas, alimentação adequada e hábitos saudáveis. Já ultrapassamos a primeira década do século XXI e há mais de 30 anos acompanhamos uma carreira de uma mulher ícone do mundo Pop chamada Madonna que é o exemplo maior de que o sexo feminino não necessita ser um corpo frágil e principalmente que a idade não é empecilho para nenhuma limitação de movimento, seja para homens ou mulheres.
A busca da inteligência é algo fundamental para se viver no mundo, não podemos permanecer inertes ou ignorantes e por exemplo insistir em um movimento que não temos mais propriedade para executa-lo, e o fato do corpo ir perdendo sua veemência também não significa dizer que precisamos abandonar o nosso oficio, apenas que precisamos nos adaptar e perceber todas as milhões de possibilidades de desempenha-lo. Um ginasta pode virar técnico, um bailarino pode virar critico de dança, coreógrafo, professor de dança, ou melhor ainda um bailarino pode continuar sendo um bailarino. Hoje a dança contemporânea proporciona aos interpretes inúmeras formas, maneiras e técnicas de movimentos, inclusive a ausência de movimento, pois para a dança contemporânea o mais importante não é como o corpo se movimenta e sim o porquê, qual o conceito e a finalidade dessa comunicação.
Martha Graham, bailarina e coreógrafa norte-americana, relevante nome da dança moderna, subiu aos palcos até os 78 anos de idade como bailarina e coreografou até os 91, idade do seu falecimento. No Ceará, uma das bailarinas mais conceituadas do estado, chamada Wilemara barros, tem 46 anos trabalha na Cia Dita, viaja o mundo inteiro e continua em pleno vigor físico nas suas performances.
Diante do avanço da área da medicina, fisioterapia, educação física, saúde em geral, além da física, da filosofia, antropologia, literatura, temos um aparato de ciências que nos fornecem suporte para a condução da nossa profissão. No entanto acredito particularmente que a principal fonte de força, energia, para a continuidade do trabalho corporal, é o amor, a paixão, o interesse, a curiosidade, embora todas essas palavras pareçam um alinhamento de clichês, vejo o avanço da idade como somente mais um obstáculo diante dos muitos que temos que enfrentar no nosso dia-a-dia. E barreiras não devem nos frear apenas nos desacelerar para voltarmos a estrada com mais estabilidade e segurança.
Para o homem e o seu corpo não existem limites, cada ser impõe o seu ou a ausência dos mesmos.

Foto: Martha Graham

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Associação Dança Cariri promove Curso Tecnica de dança clássica



O projeto de formação "Capacitando e Dançando a cena do Cariri" foi contemplado no Prêmio Klauss Viana 2009 da FUNARTE, MinC e objetiva-se por contribuir para o desenvolvimento dos profissionais de dança cênica da região do Cariri, através de um programa artístico-pedagógico desenvolvido pela Associação Dança Cariri, que integrará aulas teóricas e práticas com profissionais renomados nacionalmente e que possam contribuir diretamente para o amadurecimento e a profissionalização da dança do interior cearense.

O Projeto funcionará em 10 módulos e conta ainda com uma mostra pública de trabalhos coreográficos criado pelos alunos.



Tendo como público alvo, jovens e adultos que já atuam com dança, a fim de capacitá-los para os desafios do mercado de trabalho visando uma qualificação estética e ética de sua produção cultural. Além da integração com professores/artistas e alunos/artistas, literalmente capacitando e dançando nossa breve, mas pulsante cena de dança.



Módulo II: Técnica de Dança Clássica

de 24 a 38/02/2010 com o Profa. Priscilla Teixeira

15 vagas por Turma



Turma 01: 16h ás 18h

Turma02: 19h 21h



Inscrições gratuitas, via análise de currículo pelo e-mail: associacaodancacariri@gmail.com

Informações: (88) 8836 0790 (Alysson Amancio) (88) 9981 7700 (Jota Junior)





Módulo II: Técnica de Dança Clássica



- Conteúdo programático -



O entendimento do corpo é uma das metas desse ensino, que leva em conta as diferenças entre as pessoas.

O clássico sob uma nova perspectiva, o aprendizado orientado com base na técnica de Feldenkrais.
O alongamento estará sempre presente, proporcionando o conforto das articulações.

Atenção ao desenvolvimento da força abdominal. A base e a consciência do alinhamento serão sempre observados.

A musicalidade estará sendo estimulada através dos diferentes ritmos, andamentos e nas combinações de movimentos dentro de um exercício.

O aluno será orientado a ir em busca desses princípios que fazem parte do aprendizado do movimento.

Além de muita atenção ao momento presente e ao processo na busca constante de um vocabulário maior para sua dança.

O aquecimento passa por lições no chão, exercícios na barra e variações no centro.



- Breve Currículo –



Estudou Modern Jazz, em Nova York, com David Harris, Jo Jo Smiths, Fred Benjamin e Lynn Simonson; no Brasil, com Marly Tavares, Vilma Vernonn, Regina Sauer entre outros.

Moderno, em N. York, na escola de Martha Graham e no American Dance Center, no Brasil com Regina Sauer e Lúcia Aratanha.

Contemporâneo com João Saldanha,Sonia Motta, Denise Namura e Peter Goss.

Balé clássico em Nova Iorque com David Howard e Finis Yung no Brasil com Eliana Karin, Nora Esteves, Victor Navarro, Márcio Rongetti, e Flávio Sampaio.

Fundadora, professora e diretora do Tex Studio de Dança desde março de 1996.

Dá aulas para adultos e crianças desde 1980 de Modern Jazz e Balé clássico
Formada pela Escola De Comunicação e Artes da UniverCidade no curso de Licenciatura em Dança no ano de 2007.

Cursando a Formação do Método de aprendizagem através do movimento de Feldenkrais desde 2009.



www.texstudiodedanca.com.br



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Centro de Produção, Pesquisa e Fomento às Artes do Cariri

Rua da Conceição, 1391 - São Miguel

63.010-220 - Juazeiro do Norte/CE

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Associação Dança Cariri em Nova Sede


“Ninguém é bom sozinho”, essa foi uma das várias frases sábias que o Professor e Pesquisador de Dança, Flávio Sampaio, proferiu durante o seu Curso de Metodologia do Ensino da Dança Clássica, primeiro módulo do Projeto Capacitando e Dançando a Cena do Cariri, atividade que integra o Prêmio de dança klauss Vianna 2009, e que também é a primeira atividade oficial que inaugurou a Sede da ADC - Associação Dança Cariri, um lugar que pretende ser um Centro de Pesquisas, produção e fomento às artes na região.
A Associação Dança Cariri, do qual sou o atual Presidente, gestão 2008 a 2010, tem exatamente esse propósito, reunir pessoas, capacitar estudantes e profissionais das artes cênicas, apresentar as artes a comunidade e, sobretudo contribuir para a construção de um pensamento contemporâneo dos artistas e sociedade caririense.
Durante os primeiros anos da ADC, os projetos, cursos, oficinas e mostras coreográficas foram sediados na sala de dança da Academia RL Núcleo, parceira fundamental, que possibilitou a execução de todas essas atividades, todavia por ser um núcleo de diversas atividades físicas, artísticas e terapêuticas, ficava impossível um aprofundamento dos estudos das artes cênicas mediante um cenário de extrema diversidade de linguagens.
A nova sede, embora pequena, e aumentar os custos mensais por ser um prédio alugado, acrescentar conta de água, energia, água mineral, copos descartáveis e outras necessidades básicas para manutenção, para nós membros associados e gestores atuais é uma grande felicidade poder já estar em um espaço nosso, unicamente dedicado as artes e, sobretudo a dança local.
Nesse ambiente já está acontecendo os ensaios da Alysson Amâncio Cia de Dança e Dakini Cia de Dança, O projeto Encontros da dança aos sábados que é ministrado por professores da região, onde cada mês é realizado um módulo especifico, o projeto Capacitando, que acontece 02 módulos por mês ministrado por grandes nomes da dança nacional e a mais importante atividade que é de aulas de artes gratuitas para a comunidade carente, crianças, jovens e adultos.
Continuamos no propósito de ter a nossa Sede própria em um prédio realmente da Associação, e já recebemos inclusive a doação de um terreno na bairro Pio XII em Juazeiro do Norte, mas sabemos que uma sede definitiva tem que ter uma estrutura que atenda completamente as carências que os cursos de artes exige, como um laboratório de corpo, com piso, espelho, barra, sala ampla , arejada, laboratório de informática, , biblioteca ampla, recepção, almoxarifado, refeitório, etc...Toda essa construção, tem um orçamento altíssimo e por enquanto nossa única fonte de renda, são as doações de notas e cupons fiscais, através do Projeto SUA NOTA VALE DINNHEIRO do Governo do Estado do Ceará.
Enfim, existe ainda um longo caminho e uma luta árdua pela frente, aliais cada vez mais percebo que o artista, o professor, educador, são profissionais que nunca poderão estar em fase de acomodação. Nosso foco, não é apenas uma parte do corpo doente, devemos cuidar do todo, despertar a sensibilidade, o humanismo e dessa forma transformar nossas sociedades.
Que bom, que cada vez mais conquistamos parceiros nesse desafio.
E quem ainda não conhece a Associação Dança Cariri, apareça e junte-se a nós.
O endereço é Rua Conceição 1391, Bairro São Miguel. Juazeiro do Norte. Ceará.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Alunos e Professores da Escola de Artes Violeta Arraes decidem paralisar as aulas por falta de condições apropriadas.





Hoje, dia 18 de Janeiro de 2010 pela manhã, em reunião extraordinária, a direção, coordenação, professores e alunos em unanimidade dos Cursos de Licenciatura em Teatro e Licenciatura em Artes Visuais da Escola de Artes Violeta Arraes da URCA decidiram paralisar o semestre letivo por tempo indeterminado.
Infelizmente, depois de vários acontecimentos desagradáveis, e um extremo descaso da prefeitura Municipal de Barbalha para com a Escola de Artes, a situação ficou insustentável. Não é possível os professores trabalharem e os alunos assistirem aula sem o mínimo de condições básicas.
Desde o dia 01 de janeiro, o prédio está sem segurança em todos os horários. Com o período de chuvas, o teto do casarão desabou em 02 ambientes e a direção não pode tomar nenhuma providência em relação a isso, por causa da solicitação de entrega do prédio do Hotel Casarão para a Prefeitura. Os morcegos são inúmeros, e o mau cheiro torna-se a cada dia mais possante. Os funcionários foram demitidos ou remanejados para outros setores municipais.
Acho importante escrever e retratar essa situação, pois é extremamente lamentável que os órgãos públicos não compreendam a tamanha importância que são esses Cursos de Artes para a Região do Cariri. Não é só a sociedade que transforma a arte, é uma via de mão dupla a arte também transforma a sociedade, lhe abre os olhos, e lhe faz enxergar novos horizontes para um mundo caótico em que vivemos.
A ignorância da política regional e parte da população caririense em relação a isso, só nos mostra que o crescimento geográfico e econômico não é o suficiente para evoluir um pensamento arcaico e limitado desde os tempos mais remotos.
Precisamos entender o mundo contemporâneo, e as necessidades que ele demanda. Compreender que arte é imprescindível para o cotidiano social, e que a partir desses cursos, que conseguiremos criar o Curso Superior em Dança, termos artistas amadurecidos e uma produção artística forte e condizente com a atual produção da arte nacional e internacional.
Quando as aulas irão retornar? Não sabemos. Os cursos irão continuar em Barbalha ou serão agora na Urca Pirajá em Juazeiro do Norte? Não sabemos.
Sabemos apenas que todos nós, professores e alunos, estamos decepcionados e principalmente ansiosos por condições dignas de um Curso acadêmico, afinal fizemos concurso para professores e vestibular para aluno com essa intenção.