segunda-feira, 12 de abril de 2010

Novas Bodas no Cariri


O que faz um grupo de jovens artistas montar um novo Grupo de Teatro e juntos conceberem um espetáculo Teatral sem nenhum tipo de subvenção e com recursos próprios¿
O que faz um recém criado Grupo de Teatro escolher para sua estréia uma tragédia clássica de Garcia Lorca em vez de uma comédia cheia de cacos e clichês porem com extrema probabilidade de atrair publico, numa terra onde ir ao teatro ainda não faz parte do cotidiano cultural¿
Para essas duas questões acima, acredito ser as cinco palavras abaixo a resposta para ambas:
Amor, Arte, vontade, Pesquisa e Trabalho.
Sem querer limitar a arte, ou fazer um juízo do valor do que é bom ou ruim, do que pode ou não pode na cena, visto que tudo pode, de acordo com a proposta.
Mas acima de tudo reconhecendo que quando vemos um grupo fugindo do modelo padrão comum e investindo em um processo de pesquisa arriscado porem enriquecedor, não podemos deixar de mencionar o quanto é louvável esse desafio e que o fato desse grupo peitar e fazer acontecer já merece todo o mérito.
O Diretor Marcio Rodrigues constrói uma costura de brincadeiras na cena. Antes mesmo da entrada do publico na caixa cênica, de fora já escuta-se gritos e risos. Durante todo o espetáculo, são enaltecidos diversos espaços, fora e dentro da arena, as personagens se utilizam de diversas trocas de roupas, jogos, danças, cores, vozes e musicas que cutucam, assustam, alegram e principalmente inquietam o publico presente.
É bastante perceptível que houve uma direção preocupada com um corpo vivo presente, extra-cotidiano e que através de uma marcação com uma movimentação circular, porém precisa, desenhasse linhas no espaços, aliais o espetáculo é todo desenhado, procurando inúmeras possibilidades de plasticidade.
A jovialidade dos atores no entanto em alguns momentos enfraquece o que na cena e no texto pede muito mais força. Em algumas atrizes ainda sente-se a preocupação do acerto, o nervosismo em alguns momentos é aparente, e a voz nem sempre é límpida. Entretanto sabe-se que a estrada são o verdadeiro amadurecimento de qualquer espetáculo cênico e com certeza a tendência dessa montagem de Bodas é ficar cada vez mais afinada.
Destaca-se todavia a atriz Cratense Jussyanne Emidio que com demasiada delicadeza mostra varias tonalidades das personagens pedidas na criação inclusive quando canta.
Bodas de algodão, bodas de prata, bodas de ouro e todas as bodas posteriores para o Grupo Centauro de Teatro, seu primeiro trabalho indica uma história promissora e que só abrilhanta as artes cênicas caririenses.

E para quem não viu:
Agende-se
Teatro Patativa do Assaré – SESC Juazeiro do Norte.Ce
Sábado Dia 17/04 ás 20 h
E Domingo Dia 18/04 ás 17 h
Informações : Marcio Rodrigues 8801 3835
Jéssica Sampaio 9980 8080

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