segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Caldeirão das Danças: novos fomentos para a nossa Dança Cariri

          

           
          No fim de semana de Finados nasceu mais um importante evento de dança no Cariri, o Festival Caldeirão das Danças (CDD), no Crato/CE. A realização de Festivais acompanha a história da dança nos últimos trinta do Brasil. Estes eventos favorecem a circulação de espetáculos, o encontro de profissionais, amigos e principalmente a troca de saberes que acontecem nas oficinas, nos debates, conversas, mostras de vídeos ou no próprio ato de apreciação das obras. Este arcabouço de atividades que acontecem durante um determinado tempo e espaço é que fazem os festivais serem excelentes componentes que somam e fortalecem os processos formativos em dança. MarciStrazzacappa (2000) nos diz que  "precisamos ver, descobrir e redescobrir o mundo para podermos ter coisas para dizer. Se os festivais têm esse poder de nos permitir "ver coisas", os festivais sem dúvida contribuem para nossa formação de artistas".
                                             (oficina de Silvia Moura no Festival CDD)
          A despeito da estruturação geral dos festivais serem semelhantes é importante sublinhar que cada evento tem a sua singularidade e atende a critérios que outros podem ou não se preocupar. O Caldeirão das Danças já nasceu com algumas peculiaridades bastante especiais, os espetáculos aconteceram na Praça Siqueira Campos, o que possibilita uma maior democratização da dança, visto que a meu ver atingem transeuntes e possivelmente pessoas que não tem o habito de se dirigir a um teatro.
         Foi bastante significativo a bailarina e coreógrafa Silvia Moura ter sido uma das atrações convidadas visto que Silvia foi uma das primeiras profissionais de Fortaleza que começaram a ministrar oficinas de dança no Crato na década de 1980, quando o intercambio da dança interior/capital era algo bastante incipiente.
                                            (Silvia Moura)
        O evento agregou pessoas de diversas experiências da dança, alguns profissionais e outras crianças que apenas estão começando na dança. Algo bastante positivo pois possibilita que o aluno da dança aindiniciante jtenha a oportunidade de participar de atividades dançantes além dos espetáculos de "final de ano" de suas escolas que geralmente é a única oportunidade que dispõe.
                                           
       Organizar um evento é sempre uma complexa e árdua tarefa. Seja de eventos que tenham longa trajetória ou primeiras edições, como é o caso do Caldeirão. Todavia é sempre importante lançar luz também sobre as fragilidades para que elas possam ser dirimidas ao longo dos anos. Num evento de vasta programação é preciso ser criterioso quanto ao tempo de cada apresentação, o ideal é que sejam longas apenas companhias profissionais, pois trabalhos ainda em processo de maturação de longo tempo podem cansar o publico. E um dos objetivos mais importantes de um festival deve ser sempre por meio da diversidade artística conseguir mais apreciadores para as artes.

        Embora as apresentações tenham sido numa praça seria interessante oferecer cadeiras de plásticos para o publico. Mesmo que o numero e assentos seja insuficiente o publico idoso necessita de um ambiente mais confortável. Obviamente, estamos todos os sujeitos a imprevistos, mas também é sempre interessante ser pontual no horário marcado. A titulo de sugestão, talvez aumentar o numero de dias de apresentações seja melhor do que prolongar no horário, já que muitas pessoas dependem de transporte publico.

        É fundamental deixar claro que todos os pontos frágeis aqui elencados são mínimos perto da grandiosidade que foi o acontecimento do Caldeirão das Danças. Parabéns a todos da equipe de produção, ao Movimento ‘O Crato tem Dança’ e especialmente a Edilania Rodrigues e Junnior Pessoa, eu sei bem o quanto é difícil produzir eventos de arte, e sobretudo de dança no Ceara/Brasil.

       E parabéns ao Cariri cearense, por ganhar mais um espaço de fomento as artes a cultura. Nos últimos a dança tem crescido demasiadamente nesta região. É uma pena que ainda falta apoiadores do poder publico e na iniciativa privada. Mas devemos cobrar com afinco que isso aconteça nas próximas edições, pois com certeza 2014 foi apenas o primeiro de muitas edições que virao. Vida longa ao Caldeirão das Danças. O coletivo é sempre mais forte. Unir as pessoas da Dança além de prazeroso é essencial para o fortalecimento dos nossos processos formativos e criativos.




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